O meu sangue tem essa
cor de gritar a justiça,
Tem essa voz incalável
de cantar a liberdade.
– Meu sangue, que no
mastro do desespero,
Desfralda uma pujante
bandeira de esperança.
O meu sangue sai do
coração, uma cancão revoltosa,
E vívido, imáculo,
destemido, desprovido de armas,
Circula pelas ruas,
praças e avenidas das cidades.
Abnegado, pela sombra
da inquietação ao coração retorna,
Para seguidamente mais
vigoroso sair.
O meu sangue retorna revigorado
pelas lágrimas
Dessa pátria fugente, atormentada,
Que busca os pomares de um futuro habitável.
– Meu sangue,
Que canta altíssonas as
sílabas
Dos sonhos concretos
escondidos
No silêncio de
gargantas amordaçadas.
Mas os déspotas, os mantedores
da tirania,
Os guardiões do medo no
coração das pessoas,
Querem desmantelar este
músculo de fogo destemeroso,
Querem coagular este
fluente sangue, líquido incomodante,
Com balas de censura, com
muros de opressão.
Mas o meu sangue não
teme ameaças,
Não teme armas
apontadas à perseverança.
Mesmo no chão,
derramado, sujo, cuspido,
Mesmo pisado, repisado
e seco,
O meu sangue terá
sempre
Essa cor de gritar a
justiça,
Essa voz incalável de
cantar a liberdade.
– Meu sangue, que no
mastro do desespero,
Desfralda uma pujante
bandeira de esperança.
dinismoura
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