Currículo Vitae

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Poeta evadido e obstinado

Impetuoso e desassossegado

Poeta de quase tudo demisso

– Mas acima de tudo insubmisso

dinismoura

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Sangue


O meu sangue tem essa cor de gritar a justiça,
Tem essa voz incalável de cantar a liberdade.
– Meu sangue, que no mastro do desespero,
Desfralda uma pujante bandeira de esperança.

O meu sangue sai do coração, uma cancão revoltosa,
E vívido, imáculo, destemido, desprovido de armas,
Circula pelas ruas, praças e avenidas das cidades.
Abnegado, pela sombra da inquietação ao coração retorna,
Para seguidamente mais vigoroso sair.
O meu sangue retorna revigorado pelas lágrimas
Dessa pátria fugente, atormentada,
 Que busca os pomares de um futuro habitável.
– Meu sangue,
Que canta altíssonas as sílabas
Dos sonhos concretos escondidos
No silêncio de gargantas amordaçadas.

Mas os déspotas, os mantedores da tirania,
Os guardiões do medo no coração das pessoas,
Querem desmantelar este músculo de fogo destemeroso,
Querem coagular este fluente sangue, líquido incomodante,
Com balas de censura, com muros de opressão.

Mas o meu sangue não teme ameaças,
Não teme armas apontadas à perseverança.
Mesmo no chão, derramado, sujo, cuspido,
Mesmo pisado, repisado e seco,
O meu sangue terá sempre
Essa cor de gritar a justiça,
Essa voz incalável de cantar a liberdade.
– Meu sangue, que no mastro do desespero,
Desfralda uma pujante bandeira de esperança.



dinismoura

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